domingo, 3 de julho de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 08)

A Excelência do Amor de Deus
O amor não é somente superior aos dons, mas é o elemento legitimador de seu uso na edificação da igreja. Ele leva ao equilibrio; é o grande principio de toda ação; ele supera tudo.
O amor pode ser definido como "a mais profunda expressão pessoal possivel". Nas palavras do Divino Mestre, é uma atitude que envolve o coração, a mente e a vontade (Mt 22:35-37). O amor não é um mero sentimento; é o poder de Deus que atua na personalidade inteira do homem.
A Excelência do Amor
1) Sua base.
Paulo termina o capitulo 12 de sua primeira epistola aos corintios com as seguintes palavras: "E eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente" (1Co 12:31b). Nas palavras do apóstolo, o exercicio dos dons espirituais é algo excelente, mas existe algo "sobremodo" excelente. No texto de 1Co 13:1-3, o autor afirma que sem amor nada teria valor.
A omissão ao amor anula tudo; nenhuma pratica legalista pode substituir seu exercicio. A biblia é a base de sua excelência.
2) Sua superioridade sobre o conhecimento.
Os corintios viviam num periodo de grande ênfase ao conhecimento, e se vangloriavam do seu grande saber. Entretanto, o dominio que eles tinham do conhecimento não foi suficiente para arranca-los ao clima de facçoes, conflitos e confusões em que estavam envolvidos, pois não tinham a sabedoria de que fala Tiago 3:17. A razão é simples: o conhecimento sozinho a nada conduz; mas, submisso ao amor, torna-se de grande utilidade. Por esta razão, Paulo resolveu falar-lhes "de algo mais excelente ainda". O amor desfaz as barreiras, supre o coração de bondade e da ao homem a verdadeira sabedoria.
3) Sua superioridade sobre a imoralidade.
É comum ver o erro que nossa sociedade comete ao ligar o amor as praticas de turpadas do sexo. A indiferença ao que ensina a biblia tem gerado um clima de promiscuidade e desrespeito. Coisas puras como a virgindade, namoro, noivado, fidelidade conjugal estao perdendo o valor. Como a igreja de Corintios achava-se envolvida num clima de imoralidade, Paulo decidiu lançar mão do amor como meio de banir a malicia e a maldade. É o que o mundo atual esta precisando.
4) O amor regulamenta o uso dos dons espirituais.
A igreja de Corinto, além de não ser composta de pessoas familiarizadas com os ensinos do Antigo Testamento, ainda não havia aprendido os principios do Novo Testamento. Desta forma, o trabalho de Paulo tornava-se muito dificil.
O abuso em relação aos dons e a desordem no culto era uma caracteristica marcante daquela igreja. Os dons eram manifestados sem base biblica, causando grande confusão; tinha-se muito "poder" sem nenhuma ética. Eles viam nos dons espirituais o bem superior da vida cristã; por isso Paulo disse: "eu vos mostrarei um caminho mais excelente".
O amor deve conduzir os passos de toda igreja e de todo homem, pois prepara o coração de todos no sentido de se evitar partidarismos, exclusivismos e excessos na prática da Palavra de Deus.
5) O amor produz progresso espiritual.
O crente se desenvolve e cresce espiritualmente quando se põe atento ao processo de transformação em que o Espirito Santo o colocou. Ele esta sendo transformado a fim de alcançar a estatura de varão perfeito, e isto tem tudo a ver com o amor derramado em nossos corações pelo Espirito Santo.
No jardim do Eden, o homem pecou, comprometendo a imagem de Deus recebida na criação; porém, quando é salvo e redimido no sangue de Jesus, o Espirito Santo lhe ensina que a bandeira maior do Senhor sobre seus filhos é o amor. Desta forma, ele resgata progressivamente a natureza de Deus outrora perdida. Devemos duvidar de todo crescimento espiritual que não esteja relacionado com o amor.
O crescimento é diretamente proporcional ao amor.
O Alcance do Amor
1) O amor de Deus aos homens.
Em João 3:16, lemos que Deus amou o mundo; isto é, ele amou a humanidade como um todo e por ela enviou seu Unigênito ao mundo. Os pecados e a infidelidade do homem entristeceram a Deus. Todavia, não impediram o efeito de seu amor pela humanidade. A razão é simples: O amor de Deus é espontâneo; não exige qualquer valor da pessoa amada. Ele poderia ter vivido e ternamente sem ter criado o homem, pois é autosuficiente; não precisava de nós para existir, mas Ele nos fez por amor e por amor resgatou-nos quando nos achavamos perdidos. Leia tambem 1Jo 4:9,10.
2) O amor do homem a Deus.
Mt 22:37, Jesus expõe o modo como Deus deve ser amado: "de todo teu coração, de toda tua alma, de todo teu pensamento". A adoração do homem a Deus deve ser com todo o seu ser, com toda sua personalidade. Claro esta que isto não significa a mera pratica de algum ritual ou de leis cerimoniais, mas é, antes de tudo, o resultado da devoção pessoal e da oper~ção de Deus no coração humano. O amor a Deus é um sumário de nossa comunhão e obediência a seus mandamentos (Js 22:5).
3) O amor do homem a si mesmo
Em Mt 22:39, Jesus, completando sua resposta ao doutor da lei, acrescentou: "e o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu proximo como a ti mesmo". A expressão "como a ti mesmo", significa que o amor a nós mesmos deve ser a referencia para o nosso amor aos nossos semelhantes. Há nisso dois pontos a destacar: primeiro, é preciso cuidado com o egoismo e narcisimo comum aos homens, amando-se mais do que deveriam; segundo, quem não se ama, como é que poderá amar o seu irmão? Ter auto-estima, gostar de si mesmo, é fundamental ao ser humano; o crente não pode viver a reclamar da vida, como alguem a quem Deus não olhasse, um desvalido. Deus não faz acepção de pessoas, somos todos amados e abençoados na mesma proporção.
4) O amor ao proximo.
Deus nos deixou como mandamento que nos amassemos uns aos outros assim como Ele nos amou. Deste mandamento dependem toda lei e os profetas. O nosso amor a Deus manifesta-se atraves de nosso amor aos nossos semelhantes. Quando amamos ao proximo, estamos amando tambem ao Criador. O texto de 1Jo 4:7, 11, 12, 20, 21 deixa claro que a relação do homem com o Tedo-Poderoso esta intimamente ligada as suas atitudes para com os que convivem com esse homem na mesma igreja, familia, cidade ou pais.
Ser indiferente e tratar com desprezo as necessidade do semelhante é tambem colocar-se a margem de qualquer relação de amor com o Pai, pois dele temos esta advertencia: "aquele que não ama a quem ve, não pode amar a Deus, a quem não ve" (1Jo 4:20). Esse amor não deve ser apenas um sentimento abstrato, mas ha de comprovar-se atraves de obras e de fatos, conforme 1Jo 3:16,17.
As qualidades do amor (vv. 4-7)
1) O amor é sofredor (v.4)
Esta expressão desmente o que ensinam os "teologo da prosperidade", quando eles relacionam o sofrimento, unilateralmente, a falta de fé ou a pratica de pecados. E nos leva a pensar na situação real dos que vivem nas camadas altas da sociedade onde o bem maior da vida é a busca do prazer (hedonismo), não importanto se tais praticas são certas ou erradas diante de Deus. O amor é sofredor, isto é, aceita confiantemente as adversidades da vida sem ressentimemntos contra Deus ou contra os homens. Ensina-nos a "lançar sobre o Senhor todas as nossas ansiedades, porque Ele tem cuidado de nós 1Pe 5:7". O amor tudo sofre, tudo espera, tudo suporta (v.7).
2) O amor é benigno (v.4).
A benignidade implica numa atitude constante de misericordia e bondade. Este é um dos aspectos do fruto do Espirito Santo (Gl 5:22). Neste sentido, o crente deve ser sempre alguém util e gentil. Util no sentido de estar pronto a demonstrar amor ativo ao proximo, alimentando os famintos, dando agua aos sedentos, hospedando a quem necessita, vestindo ao que esta nu, visitando os enfermos e encarcerados (Mt 25:35,36). Gentil, no sentido de mostrar cortesia e boas maneiras no trato com as pessoas em geral.
É inaceitavel, no crente, a falta de educação e a pratica de grosserias. O amor não se irrita (v.5), não suspeita mal (v.5).
3) O amor não é invejoso (v.4).
Inveja e despeito são vicios co-irmãos do ciume. Os crentes de Corinto estavam totalmente contaminados pelo virus da inveja. Quando notavam que um irmão tinha mais talentos, ou dons, desprezavam-no. Era assim que agiam os menos dotados.
A atitude de inveja é absolutamente carnal e diabolica, jamais pode caminhar com quem é "morada do Espirito Santo". Normalmente, a pessoa invejosa se entristece quando alguem tem algo que ela gostaria que fosse seu; entretanto, o verdadeiro amor produz no crente uma atitude altruista; ele regozija-se com a felicidade e o sucesso do irmão, como se fossem dele mesmo (Rm 12:9,10,15).
Conclusão
O amor é a virtude principal da vida cristã; é fruto do Espirito Santo. O divino agricultor é quem o cultiva no homem, tornando-o cada vez mais parecido com o Divino Mestre

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