quinta-feira, 19 de maio de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 04)

A Disciplina Biblica na Igreja
Além dos males do partidarismo na igreja de Corinto, havia um outro ainda pior - um caso conhecido e continuado de incesto. Não se tratava de uma casualidade momentânea, mas de algo seguido. Como se isso não bastasse, os demais membros daquela igreja jactavam-se de estarem tolerando um testemunho tão mau.
A atitude do apóstolo Paulo para corrigir o problema daquela congregação comunica-nos uma lição duradoura acerca da disciplina biblica na igreja local.
A Biblia e a Disciplina na Igreja
No âmbito da revelação divina e da vida cristã, a disciplina é um assunto altamente positivo. Deus disciplina os seus para fazer destes, discipulos ainda melhores. E, para tanto, a partir da sua Palavra, utiliza-se de varios meios. É de disciplina que vem a palavra discipulos.
1) Os primórdios da disciplina biblica.
A primeira idéia clara de disciplina esta em Exodo 12:15,19,20. Nessa passagem. Deus ordenou que os israelitas retirassem todo e qualquer fermento de suas casas. O fermento, na biblia, simboliza o pecado: age secreta e invisivelmente na vida do povo de Deus.
Uma outra noção clara de disciplina acha-se em Números 5:1-4. Aqui esta prescrito que todos os leprosos e imundos fossem mantidos fora do arraial. Isso nada tem a ver com discriminação. Em Deuteronômio, aparece nove vezes a prescrição disciplinar: "Tirarás o mal do meio de ti". Esta mesma mensagem aparece no v.13 desta lição: "Tirai dentre vós a esse iniquo".
2) A necessidade da disciplina biblica (v.6b).
O pecado é um agente causal espiritual que, além do seu contagio, conduz a morte espiritual. Pode ser individual ou coletivo (Lv 4:13; Rm 6:23; Tg 1:15; Ef 2:1).
3) A finalidade da disciplina biblica.
a) Dar testemunho da santidade da Igreja (1Co 3:16,17).
b) Levar o transgressor a corrigir-se. Israel, na sua obstinação, ignorou a disciplina do Senhor, e deuse mal (Jr 7:28). Hoje, há igrejas que já aboliram a disciplina biblica e amorosa, argumentando que ela não é biblica. E, assim, prejudicam a feição caracteristica da igreja - a de ser separada para Deus e para o seu uso.
c) Dar testemunho da santidade de Deus e servir de exemplo perante o mundo.
4) A atitude de Jesus referente a disciplina.
Em João 8, o Senhor Jesus usou de misericórdia para com a mulher flagrada em adultério, mas recomendou-lhe: "Vai, e não peques mais". Em Mateus 18:15-22, Ele nos deixa um profundo ensino sobre a disciplina cristã.
5) Formas de disciplina na Igreja.
Quando um crente peca, e continua em seu pecado, quer ele saiba ou não, esta afetando toda a congregação a qual pertence. Afinal, a Igreja de Cristo é comparada na biblia a um corpo, e quando um de seus membros é afetado todo o corpo sente (1Co 12:12-27).
a) a disciplina preventiva. Destina-se a evitar que os males surjam no meio do povo (1Jo 2:1; 1Co 6:12; 10:23; 1Co 10:32).
b) a disciplina corretiva. Enquanto a disciplina preventiva é branda e suave, a disciplina corretiva costuma ser doplorosa. São muitos os recursos da disciplina corretiva. O caso de Corinto é um exemplo. Infelizmente, em certas igrejas, a disciplina corretiva é aplicada sem amor e temor de DEus.
A Igreja e a Disciplina
1) segundo as Escrituras.
A Igreja, em casos de disciplina, vem na terceira instancia. A primeira consiste em dois "irmãos" que precisam se concertar; a segunda, são dois "irmãos" mais uma ou duas testemunhas; a terceira é a congregação reunida (Mt 18:15-17; 1Co 6:3,4).
2) o pecado que afetou a igreja de Corinto era de comissão.
Por parte daquele crente, mas tornou-se tambem de omissão, por parte de sua igreja, por não ter a congregação cuidado de sua imediata disciplina.
3) cada crente, individualmente, e a igreja, como um todo, devem estar sempre dispostos a perdoar uns aos outros.
Uma vez havendo reconhecimento, quebrantamento de espirito, confissão, pedido de perdão e abandono do pecado. Foi assim que Cristo nos ensinou (Mt 6:12-15) e agiu em relação a nós (Cl 3:13). A oração ajuda o crente a perdoar (Mc 11:25).
O Descanso com o Pecado na Igreja (v.2).
Na lição em estudo, o transgressor prosseguiu na igreja como se nada tivesse acontecido. A congregação, por sua vez, ignorou o assunto. Tratava-se de um pecado hediondo. Um membro da igreja estava vivendo com sua madrasta, conjugalmente, como se fossem marido e mulher. A lei de Deus condenava tais práticas (Lv cap. 18; Dt caps. 22; 27; 30). No Sermão da Montanha, Jesus confirmou esses ensinos (Mt 5:17,18). Por sua vez, a lei civil romana tambem condenava esses repulsivo pecado.
Era preciso restaurar o irmão transgressor, e ao mesmo tempo cporrigir a atitude repreensivel da igreja.
O que teria levado aquele crente de Corinto a cometer um pecado tão torpe e, nele, continuar abertamente? Talvez sua consciencia estivesse "cauterizada", como esta escrito em 1Tm 4:2. Um crente de consciencia cauterizada pode agir pior que um incredulo.
Outros Ensinos Úteis a Igreja de Nossos Dias
1) Tres coisas, a principio, se conclui do texto biblico de nossa lição.
a) O terrivel pecado de comissão daquele cristão de Corinto: "Quem abusa da mulher de seu pai". Um pecado abominavel de pervesão sexual.
b) O escandalo publico daquele pecado continuado, sem disciplina da igreja. "Geralmente se ouve que há entre vós".
c) Que a espiritualidade de uma igreja não é garantia contra incursões do pecado na vida dos crentes. Corinto era uma igreja onde operavam em profusão os dons espirituais, mas isso não isentou os crentes de problemas e males.
2) Crentes divididos e orgulhosos como os de Corinto (caps. 3).
Ficam enfraquecidos e tornam-se presa facil do inimigo.
3) Paulo estava ausente, mas é como se estivesse presente por meio de sua epistola.
É a unidade cristã de que fala Efésios 4:2-6, e nada tem a ver com o ensino dos ocultistas. Ver tambem o v.4.
4) "Para destruição da carne" (v.5).
No original, esta expressão não tem o sentido de aniquilar, mas de arruinar. Certamente um tipo de enfermidade maligna tendo como objetivo a salvação do espirito. Um caso parecido temos em 1Tm 1:20. Escola terrivel essa! Que o Senhor nos guarde.
5) O "Fermento" na massa espiritual da Igreja (vv.6-8).
Diz o adágio: "Um soldado inimigo dentro do nosso acampamento é pior do que mil do lado de fora".
6) O crente não deve comungar com incredulos (vv 9-12).
No v.11, "comer" não é apenas deglutir o alimento, mas tambem entrar em acordo, aprovar e comungar. "Já por carta vos escrevi. "Paulo já os tinha advertido antes. Essa carta não chegou ate nós.
7) Aqui aprendemos que uma congregação do Senhor Jesus Cristo (v.13).
a) Não deve sancionar conduta imoral de ninguém;
b) Deve manter a pureza doEvangelho. Ver Mt 13:47-49;
c) Q na igreja o viver do crente deve ser bem diferente do viver do incredulo;
d) Que a igreja como corpo local tem o direito de disciplinar os membros faltosos.
Conclusão
A disciplina na Igreja é biblica, contanto que seja administrada no amor de Deus, segundo a doutrina do Senhor, visando sempre a restauração do crente em pecado ou desviado. No caso de Corinto, não era só aquele crente que estava ruim diante de Deus; a igreja tambem o estava. Uma igreja precisa pensar nisso na hora de disciplinar os seus membros. Um crente, ou uma igreja, que tem prazer em excluir os faltosos, estão distanciados do espirito de Cristo, pois "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele" (Jo 3:17; 6:39).

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