sexta-feira, 22 de abril de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 01)

Os Males da Divisão na Igreja
O apóstolo Paulo escreveu aos crentes de Corinto: "Irmãos meus, me foi comunicado que há contendas entre vós". Tais contendas vinham das facções, ou grupos rivais, que eles mesmos haviam formado em torno de seus obreiros prediletos. Essas divisões provinham da carnalidade e da imaturidade espiritual. Hoje, quando isso ocorre em nossas igrejas, sua origem é a mesma. A divisão em Corinto era tão grave, que o apóstolo Paulo (que nessa ocasião encontrava-se em Efeso) ocupou os quatro capitulos iniciais da Primeira Epistola aos Corintios para tratar do assunto.
A Natureza das Facções em Corinto
A desunião na igreja local prejudica a obra de Deus de muitas maneiras e a longo prazo. A igreja, via de regra, é acossada por males que vem de fora, mas aqui temos uma serie de maleficios que surge de dentro. Oremos a Deus, e esforcemo-nos para que nenhum de nós seja contado como divisionista na Igreja de Deus, ou que contribua para isso, porque Deus não terá o tal por inocente.
As origens do partidarismo na igreja
Em Corinto, as facções giravam em torno de seus obreiros preferidos (1Co 1:12,13; 3:4,5). É nosso dever honrar, respeitar, prezar e amar os obreiros do Senhor, mas não fazer deles idolos, nem deles formar grupos na congregação. As origens dessas divisões são como as raizes das plantas ocultas. E a Biblia fala da raiz que produz fel de absinto (Dt 29:18; Hb 12:15).
Fatores Contribuintes
a) A mesclagem de raças. Corinto era uma cidade cosmopolita de grande porte, com costumes, tradições e influencias das mais variadas partes do mundo.
b) As diferenças sociais entre os crentes de Corinto (1Co 1:26; 11:21,22). Esses e outros fatores não devem jamais motivar o cristão a ser contencioso, como acontecia naquela igreja. Ali, a contenda ocorria também nos cultos, inclusiva na Ceia do Senhor (1Co 11:17-19).
Os grupos rivais da igreja de Corinto (1Co 1:12)
Eram quatro esses grupos, ou facções, que o apóstolo expõe nos capitulos 1 e 3 de sua primeira epistola a essa igreja.
a) o grupo dos fundadores. Esse grupo gloriava-se em autoproclamar-se como o grupo de Paulo ("Eu sou de Paulo", 1Co 1:12). Eles jactavam-se da liberdade cristã em relação a lei judaica, e assim excediam-se em nome da liberdade como muitos cristãos continuam a fazer nos dias de hoje. Como bandeira de seu grupo, usavam indevidamente o nome do apóstolo.
b) o grupo dos intelectuais. Esse grupo autoproclamava-se "Eu sou de Apolo" (1Co 1:12; 3:4). Apolo era um pregador, talvez, mais eloquente que Paulo. Ver At 18:24-28; 1Co 2:1; 2Co 10:10. Era um intelectual fervoroso de espirito.
c) o grupo dos tradicionais. Esse grupo afirmava "Eu sou de Cefas" (1Co 1:12). O uso do termo aramaico Cefas aqui (equivalente ao grego Pedro) pode sugerir que esta facção fosse formada de judeus cristãos. Certamente espelhavam-se em Pedro por ser este um dos primeiros seguidores de Jesus.
Não consta na Biblia que Pedro tenha trabalhado em Corinto, mas a sua popularidade chegara ate lá através desses possiveis conversos judeus.
É um fenômeno que se repete hoje. Mesmo que um obreiro não visite, ou trabalhe, em determinado lugar, pode tornar-se bem conhecido ali por outros meios.
d) o grupo exclusivista. Os componentes desses grupo, ou facção, diziam: "Eu sou de Cristo". Nenhum obreiro era aceito por eles; só Cristo. Nisso estava o seu grande erro. Eram exclusivistas; adeptos do perfeccionismos e do pietismo. Os discipulos de Jesus tinham falhas. O Senhor o sabia, mas os aceitou mesmo assim; trabalhou em suas vidas e os melhorou. Mais tarde, uma vez o Mestre assunto aos ceus, eles receberam o poder Espirito Santo, e continuaram a fazer a obra do Senhor. Aos outras facções vincularam-se a homens, mas este grupo só admitia um lider: Cristo. Entre tanto, se o proprio Cristo viesse a dirigi-los, em pessoa, eles o rejeitariam.
A Causa das Facções
1) Havia carnalidade em Corinto (1Co 3:1,3).
"Porque ainda sois carnais", afirmou Paulo. Corinto era uma igreja pentecostal, mas havia permitido que o "velho homem" prevalecesse em detrimento da nova natureza implantada pelo Espirito Santo (2Co 5:17).
O crente precisa ser possuido integralmente pelo Espirito Santo: espirito, alma e corpo. O mesmo Espirito que manifesta poder no crente quer operar, antes de mais nada, a santidade em nossa vida (Ef 5:9; At 11:24a). Bom seria termos poder do alto sem aqueles problemas de Corinto. Mas ter problemas sem poder é pior. Busquemos o poder, e evitemos tais problemas em nós mesmos e na igreja.
2) Faltava maturidade espiritual em Corinto (1Co 3:1,2).
Imaturidade espiritual crônica é um dos maiores obstaculos na vida espiritual do crente. Instituições como creches e jardins de infancia precisam de rotina, disciplina, vigilancia, supervisão e primeiros socorros. Mas as crianças crescem, e logo tudo muda. Elas vão para outras series, em busca de conhecimentos mais solidos.
No sentido espiritual, nem sempre isso acontece. Paulo afirma que os irmãos corintios eram "meninos em Cristo" (1Co 3:1). Como esta o seu desenvolvimento espitual? E o seu crescimento na fé, no conhecimento, e na ativação das virtudes que devem secundar a fé cristã? Ver 2Pe 2:2; 1Pe 1:5-7.
3) Inobservância da doutrina biblica.
Os crentes de Corinto haviam sido doutrinados (At 18:11; Co 11:2; 4:7), mas continuavam alheios ao ensino da Palavra como a ressurreição (1Co 15:12). Eles davam-se a fornicação (1Co 5:1); tinham comunhão com os incredulos e envolviam-se com a idolatria (2Co 6:14-17).
Eles ainda não tinham compreendido que o equilibrio, a perenidade o crescimento e a ortodoxia de uma igreja, ou congregação local, dependem grandemente do conhecimento e da observancia das doutrinas biblicas. A Palavra de Deus deve ser rigorosamente observada.
A Cura da Desunião entre os crentes
1)Reconhecer o senhorio de Cristo.
Reconhecer e submeter-se a esse senhorio; isto é, a Cristo, o qual pertence a Deus como Filho Eterno e nosso Mediador. Aqui, acha-se compreendida a relação entre as pessoas da Trindade. Ver 1Co 3:22,23; 11:3b.
2) Reconhecer que as divisões fracionam a igreja como corpo de Cristo (1Co 3:9,17).
E quem as promove pode sofrer o julgamento divino. A divisão é obra do Inimigo (1Co 12:25). Em Cristo, todos somos um.
3)o amor promove e fortalece a união.
Um crente cheio do amor de Deus, promove e fortalece a união entre os outros crentes, pois o amor de Deus é comunicante e apaziguador por natureza. Ver 1Co 8:1b.
4) o sangue de Jesus Cristo.
O sangue de Jesus que provê a nossa reconciliação com Deus, tem o poder, a virtude, o mérito e a eficácia de promover a paz, a união e a comunhão entre os membros do corpo espiritual de Cristo (Cl 1:20; Ef 2:13,14; 1Co 10:16). Invoquemos, pela fé, o poder do sangue que nos remiu e aproximou-nos de Deus, para que opere a união e a unidade entre os crentes em suas igrejas e congregações locais.
Conclusão
Facções, grupos e divisões são sempre danosos. Tais males sao chamados "obras da carne" em Cl 5:19,20. Ai, o termo traduzido por "heresias" nao significa primeiramente aberração doutrinaria, mas facçõo, grupos rivais, divisões. "Carne", nesse caso, é a natureza humana decaida, e sempre propensa ao pecado.
Crentes e grupos de crentes que vivem em contendas, rivalidades, conflitos que nunca terminam, estão na "carne", e devem meditar em textos como Rm 8:7,8 e Gl 5:17.
"Sois carnais", diz a biblia em 1Co 3:3. A carne pode ser muito culta, profissional e recheada de status, mas acha-se em rebeldia diante de Deus e sob condenação. Para um estudo mais profundo deste assunto, leia Rm 7:14 a 8:1.

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